UM OUTRO, EU MESMO – VARIAÇÕES SOBRE GÊNERO NO CINEMA
Idealizador e curador da mostra
Centro Cultural Banco do Brasil (Brasília),
de 20 de janeiro a 13 de fevereiro de 2017
Da permissão do voto feminino (a Nova Zelândia foi pioneira, em 1893) ao direito do casamento entre pessoas do mesmo sexo (o primeiro passo foi dado pela Holanda, em 2001), transcorreu todo o século 20. São dois momentos emblemáticos da luta contra as barreiras impostas em função do gênero e da sexualidade. Essa luta converge agora para outra importante revolução: a redefinição do próprio conceito de gênero. Ainda faz sentido enquadrar o mundo pela lógica binária?
A mostra Um Outro, Eu Mesmo – Variações Sobre Gênero no Cinema nasceu da percepção não apenas dos avanços históricos no tema, mas também das ameaças aos direitos conquistados pelas mais diversas minorias. O cinema nunca foi insensível ao debate; ele está alerta para preconceitos, quebra tabus, sugere respostas, faz questionamentos. Grandes realizadores se dedicam a questões como identidade de gênero, normatividade e diversidade sexual. E assim avançamos mais.
Com 25 filmes de 12 países, lançados entre 1959 e 2016, Um Outro, Eu Mesmo percorre seis décadas. Mais que um panorama do tema, a programação canaliza o potencial de conscientização dessas obras, situando-as como faróis em um mundo em transformação. Inspirados e inquietos, esses longas e curtas são um convite à reflexão sobre o que vivemos e o que se desenha para o futuro.
Os longas:
Billy Elliot (Stephen Daldry, Grã-Bretanha, 2000)
Cinco Graças (Deniz Gamze Ergüven, Turquia, 2015)
Doce Amianto (Guto Parente e Uirá dos Reis, Brasil, 2013)
Elvis e Madona (Marcelo Laffitte, Brasil, 2010)
Força Maior (Ruben Östlund, Suécia, 2014)
Garotas (Céline Sciamma, França, 2014)
Hedwig – Rock, Amor e Traição (John Cameron Mitchell, EUA, 2001)
India Song (Marguerite Duras, França, 1975)
Jeanne Dielman (Chantal Akerman, Bélgica, 1975)
Laurence Anyways (Xavier Dolan, Canadá, 2012)
Madame Satã (Karim Aïnouz, Brasil, 2002)
Meninos não Choram (Kimberly Peirce, EUA, 1999)
Minha Vida em Cor-de-Rosa (Alain Berliner, Bélgica, 1997)
Orlando – A Mulher Imortal (Sally Potter, Grã-Bretanha, 1992)
Osama (Siddiq Barmak, Afeganistão, 2003)
Quanto Mais Quente Melhor (Billy Wilder, EUA, 1959)
Tiresia (Bertrand Bonello, França, 2003)
Tomboy (Céline Sciamma, França, 2011)
Tudo Sobre Minha Mãe (Pedro Almodóvar, Espanha, 1999)
XXY (Lucía Puenzo, Argentina, 2007)
Os curtas:
Kindil El-Bahir (Damien Ounouri, Argélia, 2015)
Os Sapatos de Aristeu (René Guerra, Brasil, 2008)
Spermwhore (Anna Linder, Suécia, 2016)
Trans (Mark Chapman, Grã-Bretanha, 2013)
Vestido de Laerte (Claudia Priscilla e Pedro Marques, Brasil, 2012)